Deixe-me... sei que não vou me afogar...

Voe, balão... suba para o alto... vá!
Mas antes me deixe no chão... deixe-me descer, balão performático!
Sou o peso que não quer se soltar... deixe-me descer ou me jogue ao mar...
Lá tem as ondas... tem profundezas... tem fluidez... ao mar me lançarei...
Lá não se avoa... não tem cesto... nem tem chama, eu sei...
Lá... lá no mar... quem nada sabe: as ondas não fazem balão voar...
Então me deixe no mar, balão... suba para o alto... vá!
Deixe-me... sei que não vou me afogar...

O poeta quando consente com o que sente, quando não consente com o que sente, quando consente com o que não sente e quando não consente com o que não sente...


Quando sinto e não consinto, finjo que não sinto...
Quando sinto e consinto, não finjo que não sinto...
Quando não sinto e consinto, não finjo que sinto...
Quando não sinto e não consinto, finjo que sinto...


Esse poeta existe? Será?

A ética do coração...

Lindo o que escreveu hoje cedo, menininha! 

Sua poesia invadiu uma memória escondida no inconsciente do meu coração... agora escrevo com a razão triste que há muito eu não tinha...

Horas passaram...  noite perdida em alto mar psicológico...

Nossa desconexão quase irreparável se consumou...

Metáforas da angústia são provocadas nessa mútua percepção custosa...

Que angústia, essa minha, de entender as suas sinceras manifestações volitivas! 

Entendo... e não sei como representar sua causa senão com parcialidade e amor!

Como é intenso o seu signo! Como é agravante isso somado à momentânea confusão emotiva da geração!

Todos esses atos seus, quando não escusáveis, tenho prescrito imediatamente...

Quanto aos meus atos, perdoe-me a imperícia? 

Cuidarei...

Pois quero ser cidadão ético do seu coração!